Publicada no fim de setembro, uma pesquisa do Reuters Institute analisou a confiança das pessoas em relação às informações propagadas nas redes sociais e pela grande mídia. O estudo, batizado de Trust in News Project ouviu cidadãos do Brasil, Índia, Estados Unidos e Reino Unido – realizando 2 mil entrevistas em cada país.
O material apresenta diversos dados, sobre diferentes assuntos relacionados ao tema. A política não poderia ficar de fora e perguntas referentes a esse tópico revelam números interessantes. No Brasil, apenas 7% dos entrevistados diz que utilizou algum grupo de WhatsApp focado em política no período de 30 dias que antecederam a abordagem. O número é o mesmo no Reino Unido e bem menor do que os levantados na Índia (15%) e nos Estados Unidos (16%).
Salta aos olhos a porcentagem de brasileiros que identificam a propagação de informações falsas e não confiáveis nas redes sociais. 79% dos entrevistados daqui disseram que percebem isso acontecendo no WhatsApp. Na Índia, no Reino Unido e nos Estados Unidos, os números são: 50%, 30% e 29%. Para os brasileiros, essa é a plataforma com mais incidência de desinformação, mas as outras não estão muito atrás. 73% acreditam que o Google e o YouTube também sofrem desse mal e 76% identificam o problema no Facebook. Nos outros países, as porcentagens referentes a esse tema não ultrapassam 65%. Mesmo assim, 54,5% dos brasileiros dizem que costumam confiar nas notícias que recebem via WhatsApp.
A hostilidade nas redes sociais também é um tema que preocupa muito mais os brasileiros do que os indianos, britânicos e estadounidenses. Por aqui, 79% dos entrevistados temem que possam ser vítimas de discursos hostis e violentos no WhatsApp, 77% no Facebook e 73% no YouTube. Nos outros países, essas porcentagens não chegam a 60%.
Outro dado interessante diz respeito às pessoas que deixaram de falar com alguém por causa de discussões sobre política. Num recorte referente a indivíduos interessados em política, quase um terço (32%) dos entrevistados brasileiros diz que já passou por essa situação. Entre os pouco interessados por política, a porcentagem é de 12%. Esse comportamento é mais comum entre brasileiros do que entre indianos, britânicos e estadounidenses, segundo a pesquisa do Reuters Institute.
Fonte: Revista Galileu