O Boston Consulting Group (BCG) acaba de divulgar o Sustainable Economic Development Assessment (SEDA) de 2020, índice que mede, desde 2012, quanto os governos de cada país conseguem converter sua riqueza em bem-estar para a população. Para compor a média geral de cada nação, chamada de SEDA Score, são mensurados dez indicadores, que podem pontuar de 0 a 100: renda, estabilidade econômica, emprego, saúde, educação, infraestrutura, igualdade, sociedade civil, governança e meio ambiente.
Em 2020, o Brasil ocupou o 72º lugar na lista do SEDA Score, entre 141 nações. O desempenho do país foi considerado intermediário com 48,4 pontos, caindo uma posição em relação a 2019, quando conseguiu 48,6 pontos. A título de comparação da evolução, há cinco anos a pontuação foi de 49,3 e o país ocupou a 64ª colocação e, há 10 anos, foi de 48,7, ficando na 60ª posição. No cenário latino-americano, o Brasil ocupa a 10ª posição entre 21 países, a mesma do ano anterior e atrás de Uruguai, Chile, Costa Rica, Argentina, Trinidad e Tobago, Panamá, Peru, México e Suriname.
Os destaques positivos na análise de 2020 para o Brasil foram estabilidade econômica (76,5 pontos), considerado bom de acordo com a métrica, porém abaixo da média global de 86,3; e sociedade civil (61,1 pontos), superando a média global de 50,6. Contudo, o país teve baixa pontuação no que se refere a renda (17,8 pontos), abaixo da média global de 18,1; desemprego (41,5 pontos), também abaixo da média global de 62,5 pontos; e igualdade social (31,4 pontos), quesito em que alcançou menos da metade da média global de 67 pontos.
Em relação à conversão de riqueza em bem-estar a partir das dimensões econômicas, de investimentos e sustentabilidade, o Brasil ficou na 65ª colocação, com 1,03 ponto, caindo duas posições em relação a 2019. O país subiu no comparativo com 5 anos atrás, quando estava 78ª colocação (0,99 ponto), e caiu se comparado com a lista de 10 anos atrás, em que somou 1,06 ponto e figurou na 55ª posição. De acordo com a metodologia, os países que conquistam índices acima de 1 ponto no coeficiente são considerados os melhores em converter renda em bem-estar para os cidadãos.
Nessa categoria, os 10 primeiros colocados no mundo foram Geórgia, Bielorrússia, Vietnam, Armênia, Moldávia, Ucrânia, Albânia, Mongólia, Polônia e Bulgária. Na América Latina, o top 10 é composto por Suriname, Peru, Costa Rica, Uruguai, Jamaica, Chile, Argentina, Equador, Colômbia e Bolívia – o Brasil ficou na 15ª colocação na região, atrás ainda de Paraguai, Nicarágua, El Salvador e México.
De acordo com o estudo, países com bom coeficiente de bem-estar conseguiram mitigar quedas na economia e limitar o crescimento do desemprego durante a pandemia, enquanto os que apresentaram índices não tão bons, no geral, caminharam no sentido inverso. Para governos melhorarem as pontuações e caminharem rumo à recuperação de uma crise, três dimensões de trabalho são indicadas: adotar medidas contra o aquecimento global, investir em digitalização e fortalecer a proteção social, garantindo crescimento sustentável e igualitário.
No ranking geral, o top 10 mundial conta com nove países europeus e um asiático: Suíça, Noruega, Finlândia, Islândia, Áustria, Dinamarca, Holanda, Suécia, Singapura e Luxemburgo.