A distribuição desigual de vacinas contra Covid-19 ao redor do mundo está ligada a uma postura nacionalista, na qual os países fazem estocagem de imunizantes para priorizar o acesso de seus cidadãos à vacinação. Mas, segundo um novo estudo, a prática pode ter graves consequências, ao aumentar o número de casos da doença e facilitar o surgimento de novas variantes do Sars-CoV-2.
Publicada na revista Science nesta terça-feira (17), a pesquisa é liderada por cientistas da Universidade McGill, no Canadá, e da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos. A equipe projetou, com modelos matemáticos, a incidência de casos de Covid-19 em regimes hipotéticos de dosagem, taxas de vacinação e respostas imunes.
O estudo considerou no total duas regiões, sendo uma com alto acesso a vacinas e outra com baixo acesso. Também foi inclusa a possibilidade de importação de doses de um país para outro e a evolução de novas cepas do coronavírus. “Certos países como Peru e África do Sul, que tiveram surtos graves de Covid-19, receberam poucas vacinas, enquanto muitas doses foram para países com impactos pandêmicos comparativamente mais brandos, seja em termos de mortalidade ou deslocamento econômico”, analisa Caroline Wagner, professora que colaborou com o estudo, em comunicado.
Fonte: Revista Galileu