A capital potiguar teve 21 casos notificados de pacientes com diagnóstico de hanseníase em 2023, com destaque de incidência para as zonas Oeste e Norte do Município. Em toda a Região Metropolitana foram 32 casos no ano passado, número abaixo do registrado em Mossoró, considerado área endêmica para a doença, no mesmo período – com 36 diagnósticos. Os números foram fornecidos pelas secretarias de Saúde do Estado (Sesap) e do Município (SMS/Natal) e ainda são parciais. Neste mês, a SMS está desenvolvendo a campanha Janeiro Roxo para alertar sobre o diagnóstico e prevenção da doença.
A ideia é orientar acerca dos sinais e sintomas que podem estar relacionados com a hanseníase. As iniciativas acontecem em unidades de saúde do Município, com vistas a incentivar a descoberta precoce e acelerar o início do tratamento, além de contribuir para redução do preconceito e estigma ligados à doença. De acordo com a pasta, as atividades ocorrem até o final do mês.
Nesta terça-feira (23), tem ação educativa na sala de espera da Unidade de Saúde da Família (USF) de Candelária, na zona Sul, das 13h30 às 15h. A partir da quarta (24), as atividades se concentram na zona Norte da capital. Amanhã acontecem abordagens da temática com grupos da unidade do Vale Dourado, das 8h às 11h. Na sexta (26) é a vez da USF de Nordelândia receber a ações educativas na sala de espera.
Na semana que vem, as iniciativas serão realizadas na terça-feira (31), com momento educativo na sala de espera e abordagem da temática com grupos da USF do conjunto Parque das Dunas, das 8h às 11h. No dia seguinte (31), haverá ações na sala de espera da USF de Jardim Progresso, das 8h às 11h. A hanseníase é uma doença infectocontagiosa de evolução crônica causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae, que atinge principalmente a pele, as mucosas e os nervos periféricos, causando alterações na sensibilidade e na força muscular.
“A bactéria pode ser transmitida por meio de gotículas de saliva eliminadas pela fala, tosse ou espirro de pessoas sem tratamento, mas somente após contato próximo e prolongado uma pessoa pode desenvolver a doença. É importante ressaltar que a doença não é transmitida por abraços ou por objetos utilizados pela pessoa infectada”, explica Kamila Pessoa, responsável técnica pelo núcleo de Hanseníase e Tuberculose do Departamento de Atenção Básica (DAB) da SMS Natal.
Para combater a hanseníase é importante ficar atento a sinais que podem denunciar a doença, conforme reforça Pessoa. “Se notar, em você ou em alguém próximo, manchas ou áreas na pele com alteração de sensibilidade térmica, como ao calor e frio, com sensibilidade à dor ou ao tato, nódulos pelo corpo; diminuição ou ausência da força muscular nas mãos, pés ou na face, além de sensação de formigamento nos membros superiores e inferiores, pode ser um sinal da hanseníase”, explica.
“Além disso, pessoas que tiveram contato próximo com alguém diagnosticado com a doença devem procurar os serviços de saúde para passar por avaliação”, acrescenta Kamila Pessoa. O tratamento para os pacientes diagnosticados com a doença está disponível de forma gratuita nas unidades de saúde do Município. A SMS esclarece que ele é primordial porque promove a cura quando completo e interrompe a transmissão em poucos dias.
“É importante que, se notar algum sintoma, procure uma unidade de saúde mais próxima da sua residência, pois a hanseníase é uma doença que pode causar danos irreversíveis se não tratada a tempo”, finaliza a responsável técnica pelo núcleo de Hanseníase e Tuberculose da SMS Natal.
Além das atividades que envolvem conversas sobre o tema nas unidades de saúde da capital, as iniciativas da SMS para prevenir e diagnosticar a hanseníase no âmbito da campanha Janeiro Roxo incluem teste de sensibilidade, triagem de pacientes com lesões na pele, avaliação dos contatos e realização de teste rápido em contato e distribuição de panfletos para desmistificar a doença.