O SENAI do Rio Grande do Norte e o grupo Zurich Airport, que arrematou a concessão do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no estado – e se prepara para assumir a operação do empreendimento – discutiram, nesta quarta-feira (04), em Natal, possibilidades de cooperação em áreas como energias renováveis, combustíveis sustentáveis de aviação e práticas ESG.
A intenção, segundo o diretor de operações do grupo no Brasil, Fábio Marques, é entender o que está em desenvolvimento, contribuir nesse contexto e pensar questões relacionadas à infraestrutura.
O aeroporto potiguar será o quarto do Zurich no país. O portfólio atual inclui 100% da concessão dos aeroportos de Florianópolis, Vitória e Macaé, além de participação no Aeroporto de Confins.
No caso do Rio Grande do Norte, o grupo foi o vencedor da relicitação pública do Aeroporto, em leilão realizado este ano. No dia 12 de setembro, assinou com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) o contrato da concessão pelos próximos 30 anos. A transferência da responsabilidade operacional, atualmente a cargo do consórcio Inframérica, é prevista para o início de 2024.
Inovação
A reunião em que foram abordadas possibilidades de parcerias para o novo momento do aeroporto foi realizada no Hub de Inovação e Tecnologia (HIT) do SENAI-RN, complexo que reúne o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e o Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), principais centros de pesquisa aplicada e educação profissional do SENAI, no país, nessas áreas de atuação. As principais frentes de trabalho no complexo foram apresentadas pelo diretor do SENAI-RN e do ISI-ER, Rodrigo Mello.
Além de Marques, participaram do encontro o gerente de Operações e Aeroportos da Zurich, Fernando Castro, o gerente de Engenharia e Sustentabilidade do grupo, Anderson Pinheiro, e o pesquisador líder do Laboratório de Sustentabilidade do ISI-ER, Juan Ruiz.
Os executivos visitaram, na ocasião, o Laboratório de Hidrogênio e Combustíveis Avançados (H2CA) do Instituto SENAI – primeira planta piloto do Brasil concebida para a produção de combustível sustentável de aviação (SAF, sigla em inglês para Sustainable Aviation Fuels).
A infraestrutura foi inaugurada em setembro deste ano no HIT como parte do projeto H2Brasil, que integra a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável e é implementado pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH e pelo Ministério de Minas e Energia (MME), com apoio do Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha.
“Há um ecossistema com o olhar muito voltado para o SAF e, por consequência, para o Rio Grande do Norte. O nosso objetivo com a visita é entender como a gente se encaixa nesse ecossistema e o que temos que fazer, pensando em infraestrura, para estarmos prontos para isso”, disse Marques.
“A questão da sustentabilidade ambiental e a questão social são muito fortes no nosso DNA, então analisamos a possibilidade de desenvolvimento de projetos conjuntos e entendemos o SENAI como parceiro extremamente importante nesse sentido”, acrescentou ainda.