Gases intestinais geram desconfortos bastante comuns, que afetam diariamente cerca de 80% da população adulta. É isso o que indica uma pesquisa apresentada online no último dia 3 de outubro na Semana Virtual da United European Gastroenterology (UEG), organização europeia sem fins lucrativos voltada à saúde digestiva.
A análise considerou quase 6 mil pessoas nos Estados Unidos, Reino Unido e México, com idades entre 18 e 99 anos. Todas elas preencheram um questionário sobre possíveis sintomas ligados a gases intestinais que sentiram nas últimas 24 horas. Os indivíduos também forneceram dados sobre índice de massa corporal (IMC), prática de exercícios, bem-estar emocional e qualidade de vida.
Em média, os participantes relataram ter três sintomas diferentes. Enquanto só 11,1% das pessoas não tiveram incômodo nenhum, a maioria (81,3%) sofreu de flatulência. O segundo sintoma mais comum foi ronco no estômago, que afetou 60,5% dos entrevistados, seguido por arrotos (58%) e mau hálito (48,1%). Houve ainda relatos de dificuldade de liberar gases (47,2%), distensão abdominal (39,6%) e barriga inchada (38,5%).
Os pesquisadores dos institutos Rome Foundation Research Institute (EUA) e Danone Nutricia Research, na França, notaram que participantes mais jovens, com idade entre 18 e 49 anos, tiveram mais sintomas relacionados a gases, com pontuação variando de 24 a 22,6. Já na faixa etária de 50 a 64 anos, os pontos totalizaram cerca de 12,7; e quem tinha mais de 65 anos marcou ainda menos: em média, apenas 8,6.
Além disso, os participantes com pontuações mais altas nos questionários de gases apresentavam piores resultados de saúde mental e qualidade de vida, além de mais estresse, ansiedade e depressão. Porém, o questionário não apresentou relação com peso ou IMC e teve apenas uma associação mediana com a atividade física realizada pelos voluntários.
No México, a pontuação geral foi a maior: 26, enquanto nos Estados Unidos foi de 14,5 e, no Reino Unido, 13,7. A explicação por trás dessa diferença ainda é desconhecida, mas os cientistas planejam estudar isso mais a fundo, podendo considerar dieta, aspectos culturais, linguísticos e de saúde pública dos mexicanos.
Fonte: Revista Galileu