Sob nova direção, Globo bate o pé e rejeita alugar estúdios para concorrentes

Com novo presidente desde fevereiro, a Globo rejeitou de uma vez por todas a ideia de alugar os Estúdios Globo (antigo Projac) para concorrentes. Algumas empresas até procuraram a emissora para conversar sobre a possibilidade, por causa da falta de espaço disponível para a alta demanda do streaming, mas a TV foi categórica ao dizer “não” para todos –mesmo para aquelas com quem tem boas relações.

A história foi contada pelo próprio comandante da Globo, Paulo Daudt Marinho, em conferência para os seus funcionários na segunda-feira (18), segundo apurou o Notícias da TV. Foi a primeira vez que ele discursou oficialmente para os colaboradores após assumir a presidência em fevereiro. Marinho também falou sobre desafios do futuro e medidas da empresa com o avanço da vacinação e a queda de casos da Covid-19.

Paulo Marinho ainda discursou sobre os investimentos que empresas americanas e big techs, como o Google, fazem no Brasil. Ele afirmou que a Globo está focada em fazer conteúdo original. Os bons resultados do Globoplay foram considerados um exemplo de como os investimentos nesta área estão dando certo já no curto prazo –e a tendência é aumentá-los.

Para esse projeto continuar firme, Paulo Marinho foi categórico ao falar que os Estúdios Globo só vão ser usados para produtos da emissora e que está descartado, sob qualquer hipótese, o aluguel para terceiros. Marinho disse que a empresa não necessita disso e que os investimentos no MG4, o maior estúdio da América Latina, já foram feitos para acompanhar o ritmo de produção da Globo nos últimos anos.

Por fim, Marinho afirmou que a empresa seguirá investindo e se adaptando ao novo modelo do mercado para contratações. Recentemente, vários atores e atrizes deixaram de ter acordo fixo para adotar o modelo por obra. Apenas nomes considerados essenciais vão ter esse privilégio nos próximos tempos.

Disney foi atrás da Globo
A fala de Paulo Marinho sobre os Estúdios Globo não ocorreu à toa. Em 2021, antes de ele assumir a presidência, a Disney e a Globo chegaram a conversar para que as instalações no Rio de Janeiro fossem usadas para gravações de produções originais do Disney+ no Brasil. As negociações chegaram a avançar, conforme informou o Notícias da TV, mas não tiveram sucesso.