A Sondagem das Indústrias Extrativas e de Transformação do Rio Grande do Norte, elaborada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN) em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), revela que, no mês de dezembro, a produção industrial potiguar voltou a cair, após ter registrado estabilidade no mês anterior.
Acompanhando o desempenho negativo da produção, o nível médio de utilização da capacidade instalada (UCI) caiu de 71% para 67% entre novembro e dezembro, e foi considerado pelos empresários consultados como abaixo do padrão usual para o mês, comportamento que se vem repetindo ininterruptamente desde agosto de 2018.
Em linha com a queda na produção, o emprego industrial também recuou entre novembro e dezembro. Além disso, os estoques de produtos finais seguiram em alta, mas ficaram abaixo do nível planejado pelo conjunto da indústria.
No quarto trimestre de 2021, as condições financeiras das empresas industriais potiguares apresentaram piora, com queda em todos os indicadores. Os empresários revelaram insatisfação com o lucro operacional e a situação financeira de suas empresas, conforme indicadores de 41,9 e 43,4 pontos, respectivamente.
O acesso ao crédito tornou-se mais difícil (34,4 pontos). Além disso, os preços dos insumos e matérias-primas continuaram elevados (72,7 pontos). Os principais problemas do quarto trimestre de 2021, na opinião dos empresários potiguares, continuou sendo a falta ou alto custo da matéria-prima – pelo quinto trimestre consecutivo -, seguida pela elevada carga tributária, pelas dificuldades na logística de transporte, pela falta de capital de giro e pela competição desleal.
No que tange às expectativas para os próximos seis meses, em janeiro de 2022, os empresários mostram-se otimistas quanto à evolução da demanda e das exportações, todavia preveem queda no número de empregados e nas compras de matérias-primas. A intenção de investimento, por sua vez, voltou a cair – recuo de 3,3 pontos na comparação com dezembro de 2021 e de 11,5 pontos em relação a janeiro de 2021.
Quando comparados os resultados por porte de empresa, observam-se, em alguns aspectos, dinâmicas distintas. As indústrias de pequeno porte apontaram estabilidade nos estoques de produtos finais comparativamente ao mês anterior, assim como vem ocorrendo repetidamente desde agosto.
Quanto às expectativas para os próximos seis meses, estas esperam queda na demanda e aumento no número de empregados e nas exportações. Já as médias e grandes empresas assinalaram estoques em alta, pelo terceiro mês consecutivo. No que diz respeito aos próximos seis meses, estão otimistas quanto à evolução da demanda, mas esperam queda no contingente de mão de obra e estabilidade na quantidade exportada dos seus produtos.
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