Tecnologia não é a chave, e sim a relação com alunos, afirma educador norte-americano Jon Bergmann

O norte-americano Jon Bergmann era professor em uma escola rural, no Colorado, quando se deparou com um problema com seus alunos: alguns faltavam às aulas porque participavam de torneios de basquete, muito valorizados na cultura local. Para apoiar estes estudantes, Bergmann teve a ideia de gravar as aulas para os alunos verem depois. A iniciativa deu certo.

A diretora da escola comentou que a filha também via aulas gravadas na universidade e adorava. A conversa rendeu um insight: “E se gravássemos previamente nossas aulas?”, conta Bergmann em entrevista ao G1.

“A filha dela estava adorando as aulas porque não precisava ir às aulas. Isso nos fez pensar: o que é mais valioso no tempo de classe, se você não precisa mais ir à escola?”, reflete.

A indagação deu início a uma metodologia que Bergmann defende, entre outros pioneiros, chamada de “Sala de aula invertida”, também nome de um dos 10 livros do educador e traduzido em 13 línguas, inclusive o português. Neste conceito, os alunos recebem material prévio sobre a aula, se preparam em casa e depois trabalham o desenvolvimento do conteúdo na escola, com o professor. Perguntado sobre como adaptar a metodologia nas escolas públicas brasileiras, muitas sem acesso à internet, Bergmann foi categórico: a tecnologia não é a chave. A chave está no que você faz em sala de aula. O segredo está na conexão com os alunos.

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