Com o tema “O amor diz sim: adoção é para sempre” foi aberta, oficialmente, nesta segunda-feira (20/5), a 10ª Semana Estadual de Adoção. Além da solenidade oficial, os presentes também assistiram a palestras sobre o tema, no auditório do TJRN. O evento é organizado Coordenadoria Estadual da Infância e Juventude (CEIJ/TJRN).
Segundo o coordenador da CEIJ/TJRN, juiz José Dantas de Paiva, o assunto ainda é repleto de mitos e tabus e por essa razão deve ser discutido com frequência.
“Aproveitamos o momento para prestar contas, dizer que nós temos boas práticas, que as campanhas estão dando certo, e ao mesmo tempo para sensibilizar pessoas, pretendentes, de que ainda nós temos crianças em situação de acolhimento institucional aguardando a família”, disse o juiz.
Em seu discurso de abertura, o magistrado ressaltou que em pouco mais de quatro anos, 220 adoções foram efetivamente concretizadas.
De acordo com informações da CEIJ/TJRN, em 2019 foram 34 processos de adoção concluídos; em 2020 foram 38; em 2021, 37; em 2022, 32; em 2023, 60 e em 2024, até a metade de maio, 19 adoções foram efetivadas.
José Dantas de Paiva também ressaltou ações da CEIJ, como a capacitação de magistrados e servidores, com os cursos sobre o Sistema Nacional de Adoção e Escuta Protegida.
“A nossa missão, junto com a rede de apoio, é realizar o encontro entre quem quer adotar e quem quer ser adotado”, enfatizou o juiz coordenador da infância e juventude.
O corregedor-geral de Justiça do TJRN, desembargador Amaury Moura Sobrinho, que esteve presente na abertura solene da Semana, pontuou que a adoção representa não só um gesto de amor, mais do que isso, ela representa a possibilidade da criança ou adolescente de um novo recomeço, a oportunidade de voltar a ter um lar, uma família.
“Por isso que é importante que se divulgue, que as pessoas, a sociedade como um todo, se sensibilize e compreenda o quanto é importante e o valor que tem esse gesto de adoção”, completou o desembargador.
Palestras
Após a solenidade de abertura da Semana Estadual de Adoção de 2024, aconteceram painéis, que abrangeram os temas: “Adoção e a Proteção Integral à Criança e ao Adolescente”, com o juiz José Dantas de Paiva; e “O SNA e Suas Funcionalidades”, com Líssia Carolinne Tavares Dutra e Jocileide Carvalho, respectivamente, psicóloga e assistente social da CEIJ.
Além dos temas “Adoções pelo SNA” e “Desafios da Adoção”, ministrados, respectivamente, por Michelly Bezerra dos Santos e Ana Andréa Barbosa Maux, assistente social e psicóloga da 2ª Vara da Infância e Juventude de Natal.
Os presentes também tiveram a oportunidade de ouvir o depoimento dos irmãos gêmeos que foram adotados por uma família que já tinha cinco filhos. De acordo com Anne Katerine, ela e seu irmão, Thiago Ricarte, foram deixados em lugares diferentes pela sua mãe biológica, mas acabaram sendo adotados pela mesma família, que não quis separar os irmãos.
“Crescemos sabendo que somos ‘filhos do coração’, tudo foi tratado de uma forma muito leve, inclusive quando conhecemos nossa genitora 30 anos depois”, explicou Katherine, que hoje é professora universitária.
Seu irmão, que divide o tempo entre o emprego público e a dedicação ao dom artístico da música, afirmou ter uma família maravilhosa, que deu a oportunidade para ele descobrir e desenvolver várias habilidades que ele cultivou ao longo da vida.
Semana Estadual de Adoção
A 10ª Semana Estadual de Adoção é um evento que vem mobilizando a CEIJ, as organizações de apoio à adoção, os pretendentes e demais membros da rede, desde o início de maio, não se restringindo só a semana em si, em diversas Comarcas, como Parnamirim, Caicó, João Câmara, Nova Cruz, Macau, Mossoró e Pau dos Ferros.
De acordo com o juiz José Dantas de Paiva, as ações devem ser permanentes, sobretudo as que incentivam a ampliação do perfil de adoção no estado. Hoje são 501 pretendentes habilitados, mas ainda existem 50 crianças para adoção, pois não se encaixam no perfil desejado dentro dos padrões de idade, gênero e cor determinados pelos pretendentes. “Esse perfil ja mudou muito com as campanhas”, afirmou o magistrado, “mas quanto mais tempo demora, mais essas crianças e adolescentes se tornam invisíveis aos olhos da sociedade”.
A programação completa do evento está disponível em www.tjrn.jus.br/semanadaadocao