Uma planta presente na Caatinga é alvo de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia (Psicob/UFRN). Conhecida como Jurema, a erva é usada na Juremayhuasca e possui dimetiltriptamina (DMT), substância que induz ao estado psicodélico. O estudo busca voluntários saudáveis para a realização de testes clínicos com placebo controlado, pois o objetivo é entender as alterações cognitivas e fisiológicas causadas pela DMT para que, posteriormente, possa ser testado em uma população clínica. Pessoas interessadas em participar devem responder a um formulário.
A pesquisa é desenvolvida em parceria com outros departamentos da UFRN, entre eles o Laboratório de Psiquiatria do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol/UFRN), coordenado por Emerson Arcoverde, onde são realizados os testes, e o Instituto do Cérebro (ICe/UFRN), representado pelo professor Dráulio Araújo, que faz a extração da substância.
Segundo Nicole Galvão, professora do Departamento de Fisiologia e Comportamento (DFS/UFRN) e pesquisadora do Psicob, a ideia é estudar a substância para o uso no tratamento em psicopatologias, como a depressão e o estresse pós-traumático. A fase inicial da pesquisa busca examinar a DMT, substância que induz ao estado psicodélico.
Para Nicole Galvão, o estudo vai fornecer base para o avanço do uso da DMT em uma população clínica. “A depressão teve uma crescente de 25% após a pandemia, então é uma patologia que necessita de projetos inovadores, visto que 30% dos pacientes com depressão não respondem aos tratamentos convencionais “, explica a pesquisadora.