A longa e produtiva vida de Aldo Simões Parisot foi lembrada na noite da sexta-feira, 7, durante a Assembleia Universitária de Outorga de Título de Doutor Honoris Causa ao violoncelista e professor, que dedicou mais de 60 anos à carreira, iniciada em Natal, e que posteriormente alcançou reconhecimento internacional. A honraria póstuma foi concedida em evento na Escola de Música da UFRN (EMUFRN), onde Aldo Parisot já esteve presente em duas ocasiões, e até hoje influencia estudantes e professores.
Nascido em Natal, no ano de 1918, e falecido em 2018, nos Estados Unidos, o músico foi professor por mais de 60 anos na Universidade de Yale, além de ter ocupado cargos em outras instituições internacionais, como a Juilliard School e New England Conservatory. Além da docência, sua atuação como violoncelista foi marcada por apresentações com as principais e mais prestigiadas orquestras do mundo, como a Filarmônica de Berlim, Sinfônica de Paris, Sinfônica de Londres e Sinfônica de Nova Iorque. Nesta última, foi solista 17 vezes.
O reitor da UFRN, José Daniel Diniz Melo, destacou que a brilhante trajetória de Aldo Parisot teve início ainda na sua primeira década de vida, aos seis anos, enquanto aos 12 anos de idade já estreava na Orquestra Sinfônica Brasileira, da qual se tornou o principal violoncelista aos 18 anos. Seu talento excepcional o levou para fora do Brasil, porém, Aldo Parisot manteve relações com sua terra natal até o fim da vida, aos 100 anos de idade.
Sua formação teve início na Escola de Música fundada pelo governador Alberto Maranhão, embrião da atual EMUFRN, onde permanece como uma importante referência para a comunidade acadêmica, além de ser lembrado em eventos e projetos com participação da UFRN. Exemplo disso é o projeto cultural Aldo Parisot, desenvolvido pela instituição com o objetivo de levar música clássica para o interior. Atualmente, a iniciativa promove aulas de violino, viola e cello para jovens de Caicó.
De acordo com Daniel Diniz, a outorga do título de doutor Honoris Causa é mais uma forma de preservar o legado do violoncelista. “O reconhecimento, apenas simbólico diante da extraordinária existência do músico, é fruto das notáveis contribuições de Aldo Simões Parisot para o progresso das artes, assim como pelo seu benefício, de forma excepcional, à humanidade, ao nosso país, e por ser importante referência na nossa Universidade”, afirmou.
Representando a família do homenageado, o vice-diretor da EMUFRN, Fábio Presgrave, falou sobre Parisot, ressaltando sua carreira como docente e músico, bem como sua personalidade inovadora por incentivar o diferente no campo da música. “Um país pode crescer o quanto quiser na cultura e na tecnologia, mas um país sem cultura é um país sem alma”, o professor Presgrave parafraseou Aldo, com o intuito de ilustrar a importância que o novo Doutor Honoris Causa da UFRN atribuía à arte.
O evento contou ainda com depoimentos de familiares, amigos e colegas de profissão, como Sascha Mandl, Claudio Jaffé e Ole Akahoshi, além de apresentações musicais.