Unidades da Petrobras realizam paralisação, entre refinarias e termelétricas

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos realizaram nesta sexta-feira, 27, paralisações em nove unidades da Petrobrás no país, entre refinarias e termelétricas, com atraso na entrada do turno e forte adesão da categoria. O movimento acontece em resposta à segunda contraproposta da Petrobrás para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que foi rejeitada pelos petroleiros.

Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, destacou que a participação massiva dos trabalhadores demonstra a capacidade de luta para reconquistar direitos no ACT. “Semana que vem haverá outras paralisações e, com certeza, voltaremos para a mesa de negociação com uma correlação de forças a nosso favor”, diz.

As manifestações ocorreram no Terminal de Cabiúnas, em Macaé/RJ; na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Ipojuca/PE; Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), em Fortaleza/CE; Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim/MG; Refinaria Duque de Caxias (Reduc), em Caxias/RJ; Termobahia, São Francisco do Conde/BA; Refinaria Planalto de Paulínia (Replan), Paulínia/SP; Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), Canoas/RS; e Refinaria de Capuava (Recap), Mauá/SP.

O movimento continuará na próxima semana, com paradas nas subsidiárias na segunda-feira,30, nas unidades administrativas na terça-feira, 31, e nas bases de Exploração e Produção na quarta-feira, dia 1º de novembro.

Reivindicações

A Petrobrás e suas subsidiárias propõem 1% de ganho real, além da reposição da inflação, que já foi antecipada, totalizando 5,66% de reajuste. Porém, o mínimo que os trabalhadores esperam é a recomposição salarial e a recuperação do poder de compra. Além do ganho real de 3%, os petroleiros reivindicam 3,8% de reposição das perdas passadas e equiparação entre as tabelas salariais da Petrobrás e das subsidiárias.

São também consideradas questões prioritárias para a categoria o resgate da AMS (o plano de saúde) e da Petros (previdência complementar), a preservação da vida dos trabalhadores impactados pelas transferências compulsórias, a construção de uma política justa e transparente de recomposição dos efetivos com concurso público, o pagamento das horas-extras antes da gestão bolsonarista, regramento do teletrabalho, anistia de sindicalistas e grevistas demitidos no governo anterior, proteção dos empregos, a garantia de condições seguras de trabalho e de melhoria da qualidade de vida nas unidades industriais e o fim dos afretamentos de plataformas e navios.