O mundo acadêmico vive um momento de intensas reflexões sobre o uso de ferramentas baseadas em Inteligência Artificial (IA) no processo de ensino e aprendizagem. Quais são os impactos da IA generativa na rotina de estudantes de graduação a distância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte? Esse foi um dos questionamentos levantados durante a palestra Inteligência artificial, oportunidades e riscos: as universidades brasileiras, onde estão?, ministrada pelo professor do Departamento de Engenharia Biomédica (DEB/UFRN) e diretor executivo do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN), Ricardo Valentim, nesta terça-feira (18), no auditório da Secretaria de Educação a Distância (SEDIS/UFRN).
Na exposição, Ricardo Valentim destacou uma série de avanços conquistados a partir do uso consciente das tecnologias relacionadas à Inteligência Artificial, mas enfatizou que é necessário discutir quais os limites éticos para o uso do ChatGPT, por exemplo, e de outras IAs generativas, especificamente, no ambiente acadêmico. “Nós precisamos ter esse cuidado com a Inteligência Artificial para que não sejamos escravos dela; o que eu quero dizer é que não podemos usar a Inteligência Artificial para aumentar os abismos sociais, a pobreza e essa discussão tem de ser feita dentro da Universidade, pois fazer a crítica não concorre com o uso da IA”, ponderou.
Ainda de acordo com Valentim, o principal dilema enfrentado pelos estudantes universitários na atualidade é saber qual caminho seguir, quando se depara com o acesso às ferramentas baseadas em IA: “nós vamos querer ir para o caminho que é somente ‘usuário’ ou queremos ir para um caminho de um pensamento reflexivo e crítico sobre o uso dessas tecnologias? Pois o que não faz sentido é um estudante universitário ser um mero usuário de uma tecnologia e quando você tira essa tecnologia dele, ele para de produzir”, concluiu.