Variante delta do coronavírus se espalha pela Europa

Existem dois grupos de países na Europa atualmente: em um deles, que inclui nações como Reino Unido e Portugal, já se trava uma luta ampla contra a variante delta do novo coronavírus, primeiramente detectada na Índia e que é potencialmente mais contagiosa que as demais. No outro grupo, de países como a Alemanha, os números ainda são baixos. Neles, grande parte da população desfruta de um descanso da pandemia, enquanto epidemiologistas e políticos se preparam para uma possível nova onda de covid-19.

Reino Unido: 93% dos casos
O Reino Unido pertence ao primeiro grupo: na Inglaterra em particular, a variante delta chegou há meses. Apesar de uma notável taxa de vacinação – mais de dois terços dos britânicos já receberam ao menos uma dose e quase metade está totalmente vacinada – a variante altamente contagiosa está causando uma acentuada aceleração na taxa de infecção.

Na última contagem, a incidência de sete dias no Reino Unido estava acima de 120 casos por 100 mil habitantes, um aumento de quase 60% em relação à semana anterior. Os números de internações e mortes hospitalares também já estão subindo.

Segundo o estudo mais recente, a variante delta era responsável por 93% de todas as amostras sequenciadas de vírus em pacientes até 23 de junho. A variante alfa, que ficou conhecida como a “variante britânica” no inverno e desde então se estabeleceu em toda a Europa, responde por apenas 6%. A delta é considerada ainda mais infecciosa do que a alfa. Não se sabe, porém, se a doença é responsável por cursos mais severos da doença.

O governo do primeiro-ministro Boris Johnson espera não ter que adiar ainda mais o relaxamento planejado para 19 de julho.

A decisão, possivelmente tomada sob pressão da Uefa, de que as semifinais e as finais da Eurocopa serão disputadas no Estádio de Wembley, em Londres, diante de até 60 mil espectadores, tem suscitado críticas. Médicos e virologistas já emitiram um aviso urgente aos torcedores estrangeiros contra o comparecimento – mas a exigência de quarentena de cinco a dez dias de entrada provavelmente manterá muitos estrangeiros afastados.

Portugal: variante chegou possivelmente pelos turistas
Portugal tornou-se o primeiro país da União Europeia (UE) a receber novamente turistas britânicos, em meados de maio. Foi somente nesta segunda-feira que o governo mudou a prática e impôs quarentena para visitantes do Reino Unido não vacinados.

Mas se isso servirá de muito nesta atual fase é questionável: em Portugal, a delta já é responsável por 50% das novas infecções, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), autoridade sanitária do país, e até 70% na área de Lisboa.

Para retardar a propagação para outras partes do país, o governo interrompeu em grande parte as viagens domésticas nos fins de semana: a região da capital só pode ser acessada ou deixada em circunstâncias especiais. Algumas lojas e restaurantes em Lisboa também têm horários de abertura mais curtos.

Como a variante alfa no inverno europeu, a delta está agora atingindo Portugal com força total: a incidência de sete dias foi de mais de 150 casos – a terceira maior em toda a Europa, atrás apenas das do Reino Unido e Chipre.

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