Bela Megale: “O presidente Jair Bolsonaro já tem um discurso ensaiado para tentar tirar do seu colo derrotas amargadas por boa parte de candidatos que ele apoiou nas eleições municipais. O caso mais emblemático é o de Celso Russomano, que ficou em 4º lugar em São Paulo. Segundo integrantes do governo, a estratégia é defender a tese de que o apoio público dado pelo presidente serviu para mostrar ao eleitor o seu contínuo incentivo ao voto conservador, com o propósito de aprofundar os laços com essa base, em especial, com os evangélicos.” (Globo)
Josias de Souza: “Jair Bolsonaro será candidato à reeleição em 2022. A eleição municipal não altera esse plano. Mas o eleitorado sinalizou ao presidente que o segundo mandato depende do êxito, não do gogó. O terraplanismo sanitário e a ideologia sem resultados foram como que jurados de morte no primeiro turno da eleição da pandemia. Mas Bolsonaro reagiu como se sua Presidência estivesse cheia de vida. Crivado de recados, o presidente assistiu pela TV à derrota de candidatos que apoiou. Sem se dar conta de que internet não tem borracha, correu às redes sociais para apagar a lista dos seus preferidos. A onda de extrema-direita que levou Bolsonaro ao Planalto virou marola em 2020. Mas o presidente leva a mão à prancha. Enxerga na conjuntura eleitoral uma ‘clara sinalização de que a onda conservadora chegou em 2018 para ficar’.” (UOL)