VOCÊ SABIA? Psicodélico de cogumelos aumenta conexões cerebrais em casos de depressão

A psilocibina é um composto psicodélico presente em alguns cogumelos que pode ter efeitos terapêuticos em pessoas com depressão e, possivelmente, em outras condições psiquiátricas também. Estudos recentes já apontaram essa relação, e agora uma nova pesquisa da Universidade da Califórnia em São Francisco e do Imperial College London traz mais evidências.

Publicado na segunda-feira (11) no periódico Nature Medicine, o estudo analisou imagens de ressonância magnética obtidas em dois ensaios clínicos envolvendo 60 pessoas. No primeiro, composto por indivíduos com depressão severa, todos sabiam que estavam tomando psilocibina. Já no segundo, os participantes tinham um quadro depressivo moderado e foram divididos aleatoriamente entre os que consumiram o psicodélico e aqueles que fizeram uso de um antidepressivo inibidor seletivo da recaptação de serotonina. Em ambos os estudos, os voluntários também fizeram acompanhamento psicoterapêutico.

Os exames de ressonância – feitos antes e depois do tratamento – mostraram que a psilocibina reduziu as conexões nas áreas cerebrais diretamente ligadas à depressão. Por outro lado, houve um aumento dessas conexões em outras regiões da massa cinzenta. Tal observação sugere que a psilocibina atua de forma diferente no cérebro do que os antidepressivos convencionais ao tornar o órgão mais fluido, flexível e menos propenso a padrões de pensamento negativo. Em quadros de depressão, segundo os autores, o cérebro pode se tornar mais rigido e restrito a informações.

Fonte: Revista Galileu