Zé Gotinha explica porque a vacina da pólio ficará ainda mais eficiente

A decisão do Ministério da Saúde de substituir a Vacina Oral Poliomielite (VOP), conhecida como ‘gotinha’, pela versão inativada (VIP) do imunizante, que é injetável, levou em consideração as mais novas evidências científicas para proteção contra a doença. O avanço tecnológico irá garantir maior eficácia do esquema vacinal, que será exclusivo com a VIP. Países como os Estados Unidos e nações europeias já utilizam esquemas vacinais exclusivos com a vacina injetável. A partir de novembro, o imunizante oral não será mais utilizado.

Segundo o diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Eder Gatti, a atualização é uma tendência observada no mundo inteiro e reforça que o icônico Zé Gotinha continuará atuando em prol da vacinação e da vida.

“O Zé Gotinha não vai desaparecer, pelo contrário, ele continua firme e forte na defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e na promoção do PNI. Ele ajuda a promover não só o SUS, mas promover a vida, promover a vacinação”, reforça. “O Ministério da Saúde está seguindo uma tendência mundial e está substituindo as duas doses de reforço com a gotinha por uma dose da vacina injetável, que tem uma plataforma mais segura e protege muito bem as nossas crianças”, explica Gatti.

O esquema vacinal atual contempla a administração de três doses da VIP aos 2, 4 e 6 meses e duas doses de reforço da VOP, a gotinha, aos 15 meses e aos 4 anos de idade. A partir de 4 de novembro, com a VOP fora do esquema vacinal, será necessária apenas uma dose de reforço com VIP, aos 15 meses, de modo que o esquema com o referido imunobiológico será:

2 meses – 1ª dose;
4 meses – 2ª dose;
6 meses – 3ª dose;
15 meses – dose de reforço.
A atualização no esquema vacinal no Brasil foi amplamente discutida em Reunião da Câmara Técnica Assessora em Imunizações (CTAI) e recebeu aval do colegiado. A decisão contou com a participação dos representantes de sociedades científicas, dos conselhos Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e acompanhamento da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Coberturas vacinais

A nova estratégia para uso da VIP é mais um passo na erradicação da poliomielite no Brasil. O país está há 34 anos sem a doença e contabiliza 47 anos de sucesso de uso da vacina oral nas estratégias de imunização contra a poliomielite, desde que foi introduzida de forma oficial em 1977.

O Brasil tem se destacado positivamente no avanço das coberturas vacinais, mesmo após enfrentar declínios desde o ano de 2016. E a imunização contra a poliomielite no país é uma das causas do resultado positivo. Em 2023, a cobertura vacinal para poliomielite alcançou 86,55%, ante os 77,20% em 2022. Os números são da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).