Ártico pode ter verões quase sem gelo em até uma década, aponta estudo

Do ponto de vista científico, é inevitável que o Ártico atinja um estágio praticamente sem gelo. No entanto, quando e com que frequência isso ocorrerá ainda são questões em aberto, que dependem principalmente das emissões gases de efeito estufa. Em artigo publicado nesta terça-feira (5) na revista Nature Reviews Earth & Environment, pesquisadores sugerem que os verões árticos quase sem gelo podem acontecer já nos próximos anos.

É importante pontuar que, ao utilizar a expressão “Ártico sem gelo” (ou “ice-free Arctic”, em inglês), os cientistas não se referem a um cenário literalmente sem gelo algum. O termo significa que o oceano terá menos de 1 milhão de quilômetros quadrados de gelo. Em anos recentes, registrou-se 3,3 milhões de quilômetros quadrados de gelo marinho em setembro (quando a cobertura de gelo marinho é a menor).

O principal fator que contribui para a perda de gelo marinho são as emissões de gases do efeito estufa. Menores áreas de neve e cobertura de gelo aumentam a quantidade de calor absorvida pelo oceano, o que alimenta o derretimento de gelo e o aquecimento do Ártico.

O estudo demonstra que, com emissões intermediárias, o Ártico poderia ficar sem gelo de agosto a outubro, durante o final do verão e o início do outono.

A projeção mais precoce dos pesquisadores é que o Ártico fique sem gelo pela primeira vez em um dia do final de agosto ou do começo de setembro entre as décadas de 2020 e 2030 — mais cedo do que se esperava até então. Mas, segundo o artigo, o mais provável é que isso aconteça por volta de 2050. Nessa época, também é possível que em setembro inteiro não haja gelos flutuantes.

Fonte: Revista GALILEU

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