A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) reiterou neste domingo (27/08) o apoio para que o Brasil ocupe um assento permanente em um Conselho de Segurança da ONU “ampliado” e que o continente africano também seja representado. Na declaração final após a 14ª Conferência de chefes de Estado e de Governo da comunidade lusófona, em São Tomé e Príncipe, os nove países-membros insistem na “necessidade de se avançar na reforma das Nações Unidas, em particular do Conselho de Segurança, com vista a reforçar a sua representatividade, legitimidade e eficácia, por meio da incorporação de novos membros permanentes e não permanentes e da melhoria dos respectivos métodos de trabalho”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participou da conferência, já havia defendido neste sábado em Angola uma reforma no Conselho.
“A ONU de 2023 está longe de ter a mesma credibilidade da ONU de 1945”, afirmou na capital angolana, Luanda.
Para Lula, o órgão que “deveria ser a segurança da paz e da tranquilidade” é, justamente, “o que faz a guerra sem conversar com ninguém”.
“A Rússia vai para a Ucrânia sem discutir no Conselho de Segurança. Os Estados Unidos vão para o Iraque sem discutir no Conselho de Segurança. A França e a Inglaterra vão invadir a Líbia sem passar pelo Conselho de Segurança. Ou seja, quem faz a guerra, quem produz arma, quem vende armas são os países do Conselho de Segurança. Está errado”, argumentou em Angola.
A CPLP é formada por nove países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Criada em 1996, a comunidade tem como objetivo facilitar a integração e cooperação entre essas nações, tanto entre si, como para atuação em conjunto em outras instâncias internacionais.
Ao fim da conferência, os nove Estados-membros também endossaram a candidatura do Brasil ao Conselho de Direitos Humanos (2024-2026), na eleição prevista para outubro de 2023, e do ministro Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União do Brasil, à Junta de Auditores das Nações Unidas (2024-2030), no pleito de novembro.