Internet pode atingir velocidade quântica com luz salva como som

Pesquisadores do Instituto Niels Bohr da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, criaram um método que pode garantir internet com velocidade quântica. A descoberta foi registrada em um artigo publicado no dia 5 de março no periódico Physical Review Letters.

A novidade, porém, foi divulgada mais recentemente, em um comunicado nesta segunda-feira (15). O que equipe fez foi um novo meio de criar memória quântica, isto é, uma propriedade responsável por armazenar informações da luz.

Os fios de fibra óptica, por exemplo, conduzem a luz e sua memória quântica a fim de transmitir dados e estabelecer uma conexão de internet – que, atualmente, é considerada a maneira mais veloz e segura de se conectar ao mundo virtual.

Mas os pesquisadores encontraram uma alternativa inusitada para transmitir esses dados: por meio do som. Os cientistas descrevem o processo de criação de um pequeno tambor que consegue capturar informações transmitidas através de luz e conservá-las em suas vibrações sonoras, posteriormente usando novas fontes de luz para encaminhá-las quando necessário.

O chamado tambor quântico é constituído por uma fina membrana, feita a partir de um material semelhante ao vidro e com aberturas ao longo de suas bordas. Quando atingido por um feixe de luz, ele começa a vibrar tão rapidamente e sem interferências, que a mecânica quântica começa a agir – ou seja, as estruturas do mundo subatômico são ativadas e o objeto adquire uma propriedade quântica.

Tambor quântico — Foto: Universidade de Copenhague

Os pesquisadores acabaram descobrindo, por meio de experimentos em laboratório, que o tambor conseguiria receber e transmitir dados quânticos sem perder seu estado quântico quando futuros computadores quânticos estiverem prontos.

“Isso abre grandes perspectivas para o dia em que os computadores quânticos possam realmente fazer o que esperamos que eles façam”, conta Mads Kristensen, pós-doutorando do Instituto Niels Bohr e principal autor do artigo, em comunicado. “A memória quântica provavelmente será fundamental para enviar informações quânticas a distâncias. Portanto, o que desenvolvemos é uma peça crucial no futuro com velocidade e segurança quântica.”

Fonte: Revista Galileu